"A experiência interior do homem é dada no instante em que quebrando a crisálida ele toma consciência de dilacerar a si mesmo." G. Baitalle

Corpo território
Corpo território reúne uma série de proposições que indagam acerca da relação que estabelecemos como humanos e não humanos com o território. O território como o chão que pisamos, habitamos, construimos, elaboramos e que nos constitui. É uma pesquisa em andamento fundamentada nas cosmologias e pensamentos indígenas latino americanos. Retornar a terra para aprender a viver com ela, para nos reconectarmos com os multiversos que a habitam.
Antes do fim

Dentro do im possível há o pulso do possível
Cecília Vicunã
Antes do fim é uma proposição poética traduzida como uma escultura sonora, visual, olfativa. Um território constituído pela materialidade da terra, pelas águas do rio Amazonas e diversas sonoridades e vozes. Nela está contido o pulso do possível, o movimento de cores, de sonoridades, do cheiro de terra, de pegadas, do fluxo de águas e marés.
A cada montagem um outro trabalho surge em confluência com o espaço/território e pelo pulso da multiplicidade de interações que podem ser criadas na relação corpo território.
Montagem 1: Galeria do Atêlie do IART, UERJ
Montagem 2: Galeria Cândido Portinari, UERJ
A queda do céu , 2023
A queda do céu é uma referência ao livro do Davi Kopenawa e Bruce Albert. Qual seria a paisagem após a queda do céu quando nossas florestas se transformariam em algo somente maquínico ou restos de minérios processados, os metais? Além da materialidade do cimento e do metal, a escultura utiliza o magnetismo e o som como elementos construtivos da narrativa. O magnetismo possibilita esculpir com os metais e o som traz vida para a floresta ou um contraponto entre o que está morto e o que poderia ser cheio de vida.
Dançando no escuro, 2023
O tecido como pele, a semente como coração e essência, os volumes em nós como órgãos expostos e perfurados, assim como as sementes, compõe a abstração de um corpo dançando no escuro e em dor. Revelam momentos onde a perda de vitalidade e vida se anunciam em um tempo de espera indefinido, contudo próximo e eminente, assim como a semente que escurece e murcha. O título Dançando no Escuro é homônimo do filme de Lars von Trier (2000).
Xochitlalli, 2023 -
Xochitlalli é um termo nahuatl que significa oferecer flores à terra. Nas culturas indígenas mexicanas, as flores são associadas à música, à dança e aos cantos. É também o nome que recebi como dançante da Lua, onde danço e canto para a cura das águas externas e internas. Constituem um conjunto de trabalhos em progresso, realizados nas viagens pelo Brasil e América Latina onde danço, canto e faço oferendas para a Terra e para as águas.